terça-feira, 26 de julho de 2011

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Como qualquer coisa líquida, você escapou entre as minhas mãos. Desesperada, não consegui recuperá-lo. Me vi sem chão, uma causa sem solução. Que drama o meu. Admito, que nos primeiros dias foi difícil suportar essa dor. E aos poucos esse sentimento que estava tomando conta de todo meu corpo, modificando meus planos, foi se dispersando. Pude ir em locais que nós íamos sem que eu me lembrasse de ti e pude ver nossas fotos nos álbuns sem que a saudade batesse. Ficou claro que eu estava liberta de ti, mas estava enganada. Era apenas uma máscara para os outros e uma mentira para mim. Acordava no meio das noites como uma sonâmbula a procura de algo. Estava a sua procura. Almejava você ali, deitado no sofá da sala, com a mesma roupa que acabara de chegar. Mesmo cansada, tiraria o seu tênis e lhe acordaria, para que pudesse vir para cama. Já deitado na cama, lhe daria um beijo, como de despedida. E quando o Sol trocasse de lugar com a Lua, já estaria acordada e na cozinha, preparando o café-da-manhã. Leite e cereais. Você chegaria de mansinho para que eu não pudesse ouvir teus passos, e falaria no meu ouvido “bom dia”. […] Que sonho o meu. E eu, gostaria de poder modificar essa história, mas eu não tenho forças para levantar do chão, imagine sair pelas ruas lhe procurando. Devo ser uma idiota em pensar que a minha história seria parecida com um conto de fadas. Devo ser uma idiota por permanecer sentada, esperando que a “vida” te entregue a mim. Devo ser uma idiota, por me apaixonar diversas vezes e sair machucada de todas elas.

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